Este artigo aborda alguns dos principais desafios à reforma democrática das instituições policiais no Brasil, particularmente em São Paulo. Ele identifica e explora padrões de abuso policial por meio de uma análise de um sequestro famoso, juntamente com observações de campo, entrevistas e evidências estatísticas disponíveis. Ele analisa as fontes e a lógica do apoio popular a uma "polícia violenta", que coexiste com uma avaliação negativa da polícia e uma alta vitimização da classe trabalhadora. Ele argumenta que as raízes desse paradoxo são encontradas em uma longa história de desrespeito do Estado aos direitos civis, em particular aos direitos dos pobres, e em uma profunda descrença na imparcialidade do sistema de justiça e sua capacidade de funcionar sem preconceitos.